Há um mês do lançamento, Spike Lee lança trailer de Chi-raq e diverte ao falar sobre a violência de gangues na terceira maior cidade dos Estados Unidos

Se você é fã dos trabalhos de Spike Lee provavelmente não vê a hora do lançamento de seu mais recente projeto. Previsto para dezembro de 2015, Chi-raq será uma sátira sobre a violência das gangues em Chicago (Illinóis), trazendo grandes nomes no elenco como Samuel L. Jackson (Dolmedes), Wesley Snipes (Cyclops), Jennifer Hudson (Irene), Nick Cannon (Chi-raq), John Cusak (Mike Corridan) e Angela Bassett (Miss Helen).

Chi-raq faz menção a Chicago, terceira maior cidade dos Estados Unidos, que entre outros atributos é conhecida pela violência e ação de gangues. E foi exatamente esse título que causou grande polêmica, já que o prefeito da cidade, Rahm Emanuel, gentilmente sugeriu, com seu o poder de seu cargo, que Spike Lee mudasse o nome do filme. Para o prefeito, isso poderia atrapalhar a imagem da cidade, o turismo e seu desenvolvimento econômico. O diretor rebateu o prefeito e manteve sua escolha: cada um tem que cuidar das suas atribuições, né não?

Quando questionado sobre o tema da produção, a violência das gangues, Lee disse que “é possível falar de um tema muito sério e ainda ter humor. Eu fiz isso antes. Faça a Coisa Certa (Do the Right Thing, 1989) era sério pra caramba. Era tão sério que você ainda pode exibir esse filme hoje – ainda é contemporâneo”, refletiu em entrevista à Chicago Magazine.

Voltando ao filme, a história gira em torno de um grupo de mulheres que, cansadas da violência da cidade, decidem organizar uma greve de sexo. A partir daí, uma série de reações é desencadeada, já que muitos homens teimam em falar que mulheres são guiadas pelos hormônios, mas não conseguem manter o zíper fechado.

O tema é inspirado em uma peça grega chamada Lisístrata, escrita pelo dramaturgo Aristófanes, em 411 a.C, e totalmente atual. A escolha, além de mostrar mais uma vez como o pensamento e crítica política dos gregos eram avançados há mais de dois mil anos, também faz um paralelo com a realidade. Esse tipo de ação já foi utilizado por mulheres que não têm seu papel político respeitado, mas sabem que podem mudar a realidade. Greves de sexo com cunho político já aconteceram na Bélgica, Colômbia, Togo e Quênia – em todos esses lugares os resultados foram positivos!

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