Após o grande sucesso do Churrasquinho Menos é Mais lançado em 2021, o grupo vem com o vol 2 trazendo mais um projeto recheado de blocos com regravações e participações pra lá de especial.
O projeto que foi gravado em um cenário lindo no Rio de Janeiro, trouxe para nós uma oportunidade de uma percepção de que a rua conhece faz tempo, o samba sem fronteiras, forte e plural.
É uma felicidade muito grande ver o samba voltar comercialmente para playlists mais tocada do Brasil. Sabemos que a falta de investimento, a marginalização do segmento ainda existe. Mas o samba vem encontrando saídas dentro do seu própio habitat e o resultado vem sendo cada dia mais vitorioso e grandioso.
O vol 2 do Churrasquinho tem de cara uma demonstração de uma grande evolução do grupo musicalmente e investimento.
Com todo o sucesso conquistado em projetos audiovisuais com regravações e trabalho autorais, Menos é mais estão cada dia mais conquistando seu espaço, sua notoriedade dentro do cenário não só do samba com a música brasileira.
TALENTO E EMPREENDEDORISMO É TANTÃ E REPIQUE!
O grupo é o exemplo de que o talento com o empreendedorismo é o ponto certo para o sucesso. Trazendo aquele formato africano e tradicional das roda de samba, o álbum fornece para o povo vários blocos de regravações muito bem escolhidas, com arranjos minuciosos, inovadores e bonito de ser ouvir. Aquelas regravações de só quem é pagodeiro e está sempre nas ruas, sente que é de verdade e se identifica facilmente.
Dentro desses blocos, é incrível analisar a performance musical dos músicos. O trabalho possibilita enxerga uma ousadia uma percepção de enxergar os músicos mais a vontade e ainda mais confiante do que estão fazendo mediante ao sucesso.
O importante ressaltar que, desde do primeiro volume e até mesmo antes, o grupo e os músicos que acompanham, sempre demonstrou grande apreço pela musicalidade e faz questão de colocar bem isso na sua estética musical. Porém, o destaque e a evolução do grupo no cenário não viria com todo a visão mercadológica e empreendedora dos artistas. Vale lembrar que os músicos e personagens do samba no centro oeste, principalmente em Brasília, vem sendo um grande divisor de águas na evolução do segmento nas produções audiovisuais. Elemento que num contexto geral da cena, não era tratado com tanta importância quanto os grupos mais famosos e com mais investimento. O grupo provou desde seu surgimento a preocupação com trabalhos muito bem criativos e gravado mesmo com pouca renda e usando as redes sociais e as plataformas Streaming como carro chefe dos seus trabalhos.
ELES FAZEM SUCESSO COM AS MÚSICAS DOS OUTROS?
Um ponto de vista polêmico dentro do movimento do samba, é que o Menos é mais é um caso que faz sucesso somente com as músicas de outros artistas. Usam muito o caso famoso do bloco de regravação feita no primeiro Churrasquinho do Menos é Mais com os sucessos “Melhor eu ir, Ligando os fatos, Sonho de amor e Deixa eu te querer”. Vídeo de samba que se tornou o mais visto de no youtube de todos os tempos. Tem mais de 510 milhões de visualizações. E fez com o público, que não conhece o samba de forma ampla, achasse que as músicas fossem autorais do grupo. Algo que trouxe irritação para as pessoas que tratam com o amor o samba.
Porém, se ampliarmos o olhar crítico, vemos que o projeto do Churrasquinho, como o projeto Tardezinha, do cantor Thiaguinho, é a representação do fortalecimento do próprio segmento. Quantos jovens que não vivenciaram os anos 90 e 2000 voltaram a ouvir e curtir as músicas que talvez seus pais ouviam quando jovem através desses álbuns? Essa é a confirmação de que o samba não é moda, ele é contemporâneo e sempre está no coração das pessoas. Além de que sabemos que na rua vários grupos de pagode de excelente nível musical, que
vem buscando o seu espaço, também se apresenta com regravações de músicas de sucesso assim com Menos é mais. Vejo o projeto do Churrasquinho com a consolidação e respeito de tudo isso mesclado com uma visão de mercado muito bem feita por eles. Ampliando e proporcionando pro samba um retorno mais potente ao mercado, que vem sendo ainda dominado por outros gêneros. Jorge, que é instrumentista e dono da marca Menos é mais, menciona na entrevista para o canal Holofote qual foi plano de ação com esses projetos de regravação e qual é o sentimento deles sobre esse assunto.
“O que a gente via no passado era sempre o artista preparava o trabalho autoral, um DVD apostando todas as fichas nesse trabalho e com a gente foi tudo diferente. A gente apostou no digital com uma proposta e planejamento mas com regravações que também era comum de outros artistas fazerem isso em cidades locais. A gente conseguiu através de regravações pular etapa e chegar no reconhecimento nacional“
Leandro Lehart em uma entrevista ao canal do Leandro Brito, explora de forma brilhante a música em vários aspectos diferentes e transporta pra reflexão de opiniões do próprio movimento.
“Todo mundo que vive da música, tem que entender uma coisa que é extremamente importante e profunda. Antes de qualquer coisa, de carreira, de música na rádio. Que é, você vai fazer música,você vai fazer cultura ou você vai fazer mercado? São três coisas diferentes. E elas podem te dar grana, notoriedade e você não precisar provar que tá certo”
O SAMBA É PLURAL NÃO SE ESQUEÇA!
Além de mais um lindo trampo, as participações trouxeram ainda mais brilho a gravação. Além das participações como: Mumuzinho, Bruno Cardoso(Sorriso Maroto), Belo, Dilsinho e Léo Santana. As participações incríveis e que merece também MUITO destaque, são das cantoras Andressa Hayalla e Débora Vasconcelos. Duas grandes intérpretes e oriundas do nosso samba. Algo fundamental para o fortalecimento plural do samba. Que mesmo sua corporeidade e identidade negra, tem espaço pra todo mundo para que saiba de sua origem, respeite e represente o samba!