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– por Eduardo Ribas (@Duardo)

Leia ouvindo Kendrick Lamar, “Humble”

Já reparou quantos dos seus MC’s favoritos da gringa usam camisetas de times de basquete? E quantos dos tênis feitos para jogar basquete estão na cabeça e corações dos sneakerheads de plantão? E se ligou no número de referências a jogadas específicas ou grandes nomes da NBA citados nas rimas do seu rapper favorito? Bom, pode ser que você não acompanhe a National Basketball League (Liga Norte-Americana de Basquete), mas sua influência está por todos os cantos do hip-hop, inclusive aqui no Brasil.

Mas não vai ser sobre essa influência que falaremos hoje, e sim de uma das maiores finais dos últimos tempos, que está acontecendo nesse exato momento. Não literalmente nesse momento, mas teve início dia 1 e vai até o dia 18, podendo acabar um pouco antes, dependendo dos próximos resultados. Agora se você não está acompanhando esse espetáculo, permita-me convencê-lo a ignorar seu futebol de quarta, o Netflix e o que mais for prioridade nas suas noites para acompanhar esse incrível momento.   

Nossa história com a liga começou lá na década de 90 com a pioneira TV Bandeirantes, que por meio do saudoso Luciano do Valle nos permitiu assistir os míticos jogos de Michael Jordan e seu Chicago Bulls, dominantes nas quadras e empolgantes na voz de Álvaro José. Tivemos a sorte de acompanhar um time que conquistou 6 títulos no período de 8 anos, que muito provavelmente não se tornaram 8 títulos porque a grande estrela Michael Jordan decidiu tentar a sorte no beisebol nesse hiato. 

E sobre MJ, vale entender por que usamos camisetas do Chicago Bulls até hoje. Apesar dessa supremacia, vimos outros belos times como o Utah Jazz de Karl Malone, Orlando Magic de Shaquille O’Neal em início de carreira quebrando tabelas pelos EUA, Reggie Miller e seu tiro de 3 no Indiana Pacers, Isaiah Thomas e os “bad boys” no Detroit Pistons e tantos mais. Como você pode ver, assim como no rap, muitos apontam a década de 1990 como os anos dourados da NBA.

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E o que tem de tão especial nas finais desse ano? Os motivos são vários, mas para começar, surge uma nova rivalidade entre dois times que esse ano se enfrentam pela terceira vez seguida na disputa pelo título. Cada um ganhou uma vez, então esse se tornou o grande tira-teima para definir qual é o melhor time do momento. 

As equipes envolvidas são mais low-profile se pensarmos na grandeza de Los Angeles Lakers e Boston Celtics, as duas franquias com mais títulos, só que ambas têm crescido na última década: o Cleveland Cavaliers ganhou seu primeiro título ano passado depois de uma virada história e contando com o retorno de sua grande estrela e prata da casa, LeBron James, e o Golden State Warriors, que aos poucos construiu um timaço liderados por Stephen Curry, ainda adicionando outro grande nome da NBA ao seu time, Kevin Durant.

Aliás, esses são alguns dos maiores atletas do planeta. Facilitando para você, LeBron James seria o Cristiano Ronaldo atual do basquete, Kevin Durant poderia ser o Neymar (mas prefiro a descrição do narrador Everaldo Marques, da ESPN, que chamou KD de Rivaldo da NBA) e Stephen Curry seria Lionel Messi

Pense também que não há palco mais apropriado para ver essas estrelas todas jogando do que as finais da NBA. É lá que a perna treme, o braço pesa, os artistas como Jay Z e Rihanna estão na beira da quadra te assistindo, sem falar das milhões de pessoas pelo mundo e apenas dois times estão competindo. 

Como disse o mago Michael ‘Air’ Jordan certa vez, os playoffs separam os homens dos meninos.

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Outro fator que colabora bastante é que nunca esteve mais fácil acompanhar a NBA. Hoje, se você possui acesso a internet ou um pacote mediano de TV a cabo, já consegue assistir os jogos. Isso, pois o canal SPORTV, da Globosat, e a ESPN, que na gringa é do grupo Disney, transmitem quase todos 82 jogos da temporada regular, mais as partidas da pós-temporada e finais. Dá também pra ver pelo app NBA League Pass, que já teve o preço mais salgado e agora sofreu uma redução (e que dá pra combinar com um grupo de amigos e dividir a mensalidade, por que não?).

Se não quiser gastar um real, dá também pra seguir os perfis oficiais da liga, de alguns jornalistas especializados, canais de tv, dos próprios times e de blogs especializados no Twitter. Pode ter certeza de que você não perderá o replay dos principais lances, nem as análises, números e piadas.

Talvez você comece a assistir e tenha a impressão de que os times estão ligeiramente (pra não mandar a real e dizer muito) desequilibrados, mas não deixe isso te impedir. A disputa desse ano virou um Davi versus Golias com a chegada de Kevin Durant, o Rivaldo da NBA, ao time do Golden State Warriors. Isso tem rendido partidas favoráveis ao time de Oakland, apesar de terem sido jogos competitivos por boa parte do jogo. 

Apenas para te situar, as finais são disputadas no formato melhor de 7, sendo que 2 jogos já foram disputados na casa do Golden State, que teve a melhor campanha entre os 30 times da liga ao longo da temporada e lhe garantiu o direito de ter mais mandos de quadra, depois teremos 2 jogos em Cleveland, seguindo com jogos alternados em Oakland, Cleveland e Oakland de novo, sendo que a disputa acaba quando um dos times atinge 4 vitórias. 

Hoje o placar se encontra 2 a 0 Warriors (fora o show), mas nessa quarta-feira teremos LeBron James em casa vindo com tudo atrás da primeira vitória. Vai ser incrível!

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Curiosamente, essa distância de forças dos times não tem feito o público deixar de assistir as finais. Tanto nos Estados Unidos quanto aqui a audiência tem sido das melhores. Enquanto lá as finais têm seus maiores números desde o último título de Michael Jordan, aqui a ESPN viu um aumento de 64% na audiência, sendo que já tinha batido recorde no ano anterior (não teria como deixar de citar os narradores Rômulo Mendonça e Everaldo Marques, que dão show na transmissão). 

Mas não é só a transmissão que tem colaborado com o que já dá pra chamar de febre da NBA, hoje temos uma loja oficial da liga no Rio de Janeiro, recebemos nos últimos anos 3 jogos realizados no país (na verdade, um deles teve um time da NBA, o Orlando Magic, contra o Flamengo), além do NBA 3×3 (basquete de rua 3 contra 3) em parques da cidade e um espaço criado em uma mansão um por um dos patrocinadores para que os fãs possam acompanhar os jogos em São Paulo. Aliás, ainda dá pra se inscrever no www.nbafinals.com.br.

Achando pouco? Nunca antes tivemos tantos atletas na liga – Leandro Barbosa (Phoenix Suns), Bruno Caboclo e Lucas “Bebê” Nogueira (Toronto Raptors), Cristiano Felício (Chicago Bulls), Marcelinho Huertas (Los Angeles Lakers), Raulzinho Neto (Utah Jazz), Tiago Splitter (Philadelphia 76ers), Anderson Varejão (estava no Golden State Warriors, mas hoje está sem time) e o brasileiro que mais se destacou nessa temporada, Nenê Hilário (Houston Rockets).

Se você conseguiu chegar a esse ponto do texto, provavelmente eu tenha conseguido te convencer a assistir as finais. O que você precisa saber agora é que o jogo desta quarta acontece às 22h na ESPN. Em caso de vitória do Cavs, teremos outros dois jogos. na sexta (9 de junho) e segunda (12 de junho), mas caso perca, restará apenas uma vitória para o Warriors ser declarado campeão. Separe a pipoca, reúna os amigos, a família ou prepare aquele lugar especial na sala pra encarar 2h e meia do melhor basquete do mundo.

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