Recentemente, a partir da discussão promovida pelo #BlackoutTuesday – movimento gerado originalmente pela indústria da música internacional – começamos a refletir sobre o quão necessária a uma luta antirracista efetiva era o ampliar de vozes de músicos e profissionais negros neste mercado. 

A partir disso, percebemos que existe uma questão preponderante que antecede a essa falta de voz: a ausência de profissionais negros na indústria da música. 

Ok, estamos, de certa forma, acostumados a ver pessoas pretas enquanto artistas e compositores, no entanto, ao adentrarmos ao mercado da música, ainda são raras as exceções de profissionais que atuam nele.

E isso ganha relevância quando não vemos um artista e a música feita por ele serem tratadas com o devido respeito, ou, ao menos, sendo compreendida dentro de uma gravadora, por exemplo. 

O rap é uma exceção, sem dúvida. De pronto, conseguimos destacar algumas empresas bem sucedidas, tais como Boogie Naipe, Foco na Missão e, com destaque, a Laboratório Fantasma. Mas, como dito, infelizmente essa não é a regra ao pensarmos no mercado musical. 

Mas não para aí

São várias as problemáticas envolvidas neste cenário: artistas que se prendem a contratos ruins e são escanteados em grandes gravadoras; quando não, artistas independentes que tampouco entenderam como bem gerir sua carreira; um mercado da música que está pouco aberto a receber profissionais que já estão de alguma forma inseridos na bolha (indicações e relações familiares são requisitos comuns na hora da contratação); entre outras.

Diante disso, entendemos que há uma necessidade de trazermos à tona essa discussão no Per Raps, mas não só. A ideia é trazer respostas práticas a perguntas que, para muitos podem soar como básicas, mas que são necessárias para mudarmos de patamar. Além disso, pretendemos aqui promover conversas e trazermos bons exemplos de profissionais e empresas que atuam nas mais diversas áreas dentro do mercado musical

Sendo assim, iniciamos uma nova coluna no Per Raps, a: “Business, Man!”, para tratar sobre esses outros assuntos relacionados ao mercado da música, e também discussões relacionados a direitos autorais.

Vale dizer que a coluna terá esse nome em alusão à linha dita por Jay-Z na faixa de Kanye West, “Diamonds from Sierra Leone (Remix)”

I’m not a businessman, I’m a business, man! 

Essa frase condensa a ideia de que um artista não pode restringir sua atuação apenas à escrita da música. Claro, ele pode (e talvez deve) delegar boa parte das funções que envolvem sua arte, como por exemplo as questões empresariais de marketing, entre outras, mas mais do que tudo ele deve entender que essas funções existem. 

Ainda que seja tentador acreditar que é possível apenas fazer uma música, subi-la em algum site e achar que isso basta, naturalmente, com o tempo será percebido que muito mais precisa ser feito. O ideal é que o artista consiga encontrar pessoas nas quais ele possa confiar essas tarefas, mas é preciso ser compreendido o todo e perceber também que ele tem em suas mãos não só a arte, mas um negócio, uma empresa, uma marca, e que tudo isso tem valor, e que se ele não está ganhando o reconhecimento financeiro devido, talvez alguém esteja ganhando por ele. 

Portanto, a ideia com essa coluna é de poder oferecer ferramentas, não só para o artista que quer melhorar a gestão do seu negócio, como também para o profissional que muitas das vezes irá executar essas tarefas a ele delegadas.

De início, “Business, man” será publicada pelo menos uma vez por mês por aqui. Além dos conteúdos em texto, serão promovidas conversas em podcast e (se tudo der certo) também em vídeo.

Caso tenha alguma dúvida ou sugestão de tema, encaminhe email para contato@perraps.com

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