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– por Mayra Maldjian (@maymaldjian) e Eduardo Ribas (@duardo)

Mil novecentos e noventa e oito foi um ano decisivo para o rap e o r&b estarem onde estão hoje na indústria da música: no topo. Imagine só que a revista Rolling Stone americana, um importante termômetro cultural da época, elegeu em seu balanço anual os rappers –e não a galera do rock, veja bem– como os principais responsáveis por tudo que tinha rolado de mais da hora no universo artístico daquela temporada. Era um caminho sem volta.

Foi em 1998, há exatos 20 anos, que Lauryn Hill nos presenteou com o seu primeiro disco solo, “The Miseducation of Lauryn Hill”, uma das principais obras da história do hip hop mundial, que abriu caminhos para toda uma geração de MCs e cantoras de r&b ocupar espaço no tão masculino rap. E por falar em r&b, no mesmo ano, veio Brandy com seu segundo álbum, “Never Say Never”, de onde saíram o dueto com Monica, “The Boy is Mine”, “Almost Doesn’t Count” e outros singles fossa pra cantar escorregando na parede do chuveiro, e o quarteto Destiny’s Child, liderado por Beyoncé, com seu primeiro disco,   homônimo.  

Na cena underground, Mos Def e Talib Kweli ganharam as pistas dos rolês com o refrão “one, two, three, Mos Def and Talib Kweli”, de “Definition”, track do álbum colaborativo “Black Star”. As prateleiras das lojas também receberam naquele ano, entre outros, “The Love Movement”, do A Tribe Called Quest, “Soul Survivor”, de Pete Rock, “Aquemini”, do Outkast. No Brasil, saíram o primeiro disco solo de Marcelo D2, “Eu Tiro É Onda”, e a importante coletânea musical “Espaço Rap”. 

Quem era adolescente na época também deve se lembrar da transformação monstruosa que a indústria da música sofreu com a popularização da internet e a revolução digital em pouquíssimo tempo – do vinil para o CD para o mp3 para as tretas todas de pirataria numa piscada de olhos. Foi ali que começou uma grande transformação na forma de consumir música e, consequente, uma grande transformação, em curso até hoje, no mercado de cultura e lifestyle mundial.

Um ano importante desses não poderia passar batido por aqui, e por conta disso, nós do Per Raps reunimos nossas cabeças pensantes para colocar no ar um especialzão destrinchando essas transformações a partir dos principais discos lançados em 1998. Ao longo do mês, você vai encontrar aqui uma porrada de resenhas e análises, tanto em forma de texto quanto de podcast, pensados e produzidos com todo amor que temos pela parada.

Esse especial anuncia também uma nova era para o blog, que completa, neste 2018, sua primeira década de existência. A forma como consumimos conteúdo também acompanha essas mudanças de que falamos ali em cima e coloca nós, criadores de conteúdo, diante do desafio eterno de sempre repensar e reformular a maneira como compartilhamos conhecimento. Torna-se mais urgente apurar nossa habilidade de registrar, analisar e contextualizar a música para além dos reacts e dos números, utilizando para isso tudo que é tipo de plataforma que o mundão da tecnologia nos proporciona. Então, daqui pra frente, pode esperar por mais especiais, por mais bate-papos em podcast, pos mais playlists com curadoria, por mais vídeos e o que mais nosso bolso minguado e cabeça fervilhante de blogueiros independentes nos permitir criar. Tamo junto?

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