Em seu 12° lançamento, chega ao fim a saga Cortexiphan. Experimental e repleta de referências à série Fringe e ao rock progressivo, foge do senso-comum das produções nacionais e do próprio autor, Parteum. Explico: utiliza samples, que não aparecem em Raciocínio Quebrado ou nos discos do Mzuri Sana, foge do formato clássico (de instrumental e de rima) e, segundo a definição de Parteum, entorta sua maneira de conceber música. 

Cortexiphan surgiu utilizando o melhor que os gadgets permitem, trazendo samples via tablet, intrumentos (piano) gravados no telefone e sonoridade que variava de acordo com o que seu autor ouvia no momento. "12" fecha com louvor o ano e a série, com direito a referências diretas ao soul de Isley Brothers e o progressivo do Tears For Fears.

Na primeira edição, o Per Raps perguntou a Parteum qual o conceito do que ele chamou de micro-mixtapes: “Sou meio viciado em seriados de ficção científica. Fringe, por acaso, é o que tenho assistido com mais frequência. Um dos personagens principais, Walter Bishop, é fã de Rock Progressivo e guloseimas coloridas. Traçando um paralelo bobo entre a droga sintética que possibilita atravessar universos (que Sr. Bishop criou) e a música, pensei nessa ligação que cada ser tem com seus vícios.

A possibilidade de fazer música em qualquer lugar já me rendeu algumas situações engraçadas. Já me peguei programando teclados durante uma reunião (ou duas), tirando o telefone do bolso para gravar a ideia de uma linha de baixo no táxi, sampleando o som da TV…”

Que 2012 traga mais experimentação e filhotes de Cortexiphan à música!

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