Na última quinta feira, dia 06/03, Bárbara Bivolt lançou seu disco homônimo, o primeiro de sua carreira, em uma festa fechada para convidados no centro de São Paulo.
Ativa no rap há quase uma década, a cantora e Mc tem seu nome conhecido no cenário com alguns singles já lançados, como “Olha pra mim”, aparição no Rock in Rio, assim como várias participações, como na cypher Poetisas no Topo e também com nomes como Edi Rock.
Bivolt apresentou seu disco de estreia num grande evento, com um animado pocket show repleto de participações como, Dada Yute fazendo um ragga na música ‘Freestyle’, faixa produzida por Tropikllaz.
Com Jé Santiago a dupla apresentou um sofisticado r&b na faixa ‘Tipo Giroflex’. Já na pegada gangsta, ‘Murda’ com a participação das gêmeas Tasha e Trace Okereke, Bivolt não deixa dúvida que o rap é sua casa e escola. E mesmo sendo cria do boombap, na faixa ‘Hipnose’ um feat. com Lucas Boombeat, a cantora flerta com o trap, o que cai muito bem. O pop gostoso e envolvente com pitadas de mpb e flow de rap de ‘Nome e Sobrenome’ tem a participação super acertada de Xênia França, o que rendeu uma apresentação belíssima da musica com a chegada de surpresa de Xênia.
O álbum, que tem a direção musical do produtor Nave, nome que assina produções de peso, como D2 e Ludmilla, segue assim, versátil e antenado às sonoridades contemporâneas, o qual passeia sem se perder por diversos gêneros. Isso, tendo a identidade artística, pessoal e musical da cantora como eixo central do trabalho. Bivolt, em todas as voltagens, conseguiu traduzir quem é ela em seu disco.
Uma novidade é a experiência interativa das músicas “110” e “220”, onde você pode ouvir a musica e assistir os clipes separadamente, porém, ouvindo simultaneamente, resulta numa terceira musica, assim como no clipe, as imagens ficam em sincronia. Uma experiência inédita, que coloca Bivolt como precursora de alguma coisa genial.
A artista, que assinou contrato com a Som Livre em 2019, teve todo seu trabalho amparado por uma grande gravadora e disso podemos pensar algumas coisas. Uma delas é que, antes a indústria fonográfica criava e produzia um artista para inseri-lo no mercado. Hoje, essa mesma indústria, seja fonográfica ou de comportamento, pesca o que já funciona bem, adapta o produto ao mercado e investe. Seria inocência não pensar num artista como um produto, e quem notou o trabalho de Bivolt, teve o feeling de perceber que ela é, honestamente, um produto pronto.
Outra coisa é como a noção de artista independe e a facilidade dos acessos na produção de beats, assim como as redes sociais, criou um meio muito mais democrático para os artistas, tirando as grandes gravadoras do centro das projeções e produções musicais (porém não definitivamente). Isso, realmente constituiu um cenário musical, independente, muito mais amplo, diverso e cheio de visibilidade. No entanto, é inegável como a mão de uma grande gravadora no trabalho de um artista possibilita voos mais altos, facilidade e a estrutura ideal.
O disco de Bivolt é qualificado em produção e sonoridade, sua trajetória pessoal é digna de filme, e a artista além de rimar e compor suas músicas, canta de verdade. No entanto, mais do que uma cantora ou um artista, a música é feita de grandes histórias, e as pessoas buscam por isso, histórias que inspiram. Tá tudo aí. Todos esses elementos fazem Bivolt ser um tiro certo.
O disco já está disponível em todas as plataformas e streaming.