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foto:João Guilherme

Já falamos sobre gente estilosa na África, mas sabemos que em terras tupiniquins também tem muita gente que sabe se expressar não só com as palavras, é o caso do Ataque Beliz de Brasília.

O grupo que prepara seu segundo CD oficial é formado por Higo Melo (vocal), Mulumba Tráfica (vocal), Amaro Vaz (bateria), Hugo Rhodrigues (teclados) Patrick Rerisson (baixo), Paulo Góes (guitarra) Thiago Jamelão (guitarra/voz).

Trocamos ideia rápida com o Anderson Benjamim, que nos contou que o estilo da banda foi mudando com o tempo conforme foram conhecendo e gostando de outros estilos.

foto: Gabriel Tenório

Per Raps: Como você definiria o estilo do Ataque Beliz?

Ataque Beliz: Embora nos vestíssemos baseados no estilo que cantávamos, sempre evitamos o senso comum. Bonés “aba reta”, estampas enormes, joias espalhafatosas, jaquetão, etc. Com o tempo, ao conhecer mais artistas, fomos entendendo a relevância do visual no trabalho da banda e isso nos deixou mais a vontade pra escolher o que vestir cada vez mais distante dos dogmas do hip hop. Cada um se veste como gosta. Faz uma junção do próprio estilo com o que o som da banda representa. Com o passar do tempo o que seria um “figurino” passa a ser parte do dia a dia de cada um.

Per Raps: Costumam acompanhar sites de moda? 

Ataque Beliz: Acompanhamos há muito tempo o site Street Etiquette , mas se procurar por “La sape” ou “Sapeurs”  a gente encontra quem tem estilo e sabe do assunto. Estamos sempre atentos às marcas que fazem uso do trabalho escravo, um crime para o qual não devemos contribuir. Utilizamos também o aplicativo Moda Livre, que lista algumas dessas marcas que operam dessa forma no Brasil e no mundo.

Per Raps: De onde vem a inspiração para o estilo de vocês?

Ataque Beliz: Da mesma forma que nos inspiramos ou sampleamos outros artistas assim é também com a roupa. O hip hop “deve” muito a música dos anos 70. Ao soul, ao funk, ao jazz. Buscamos sempre beber nessas fontes. Se nossa música se aproxima desses estilos musicais buscamos também inspiração na indumentária. Se a África é mãe desses ritmos buscamos nela também inspiração nas cores, nos cortes, tecidos.

A influência das grandes revoluções e lutas que chegam às letras de rap também podem chegar na forma de roupas e acessórios, como os chapéus dos operários da Revolução Russa, por exemplo. Não basta vestir. Tem que saber o que representa. Temos a preocupação de não reforçar a ideologia do opressor. Um exemplo disso é a ressignificação do traje militar. A forma de utilizá-lo mostra quem é “milico” e quem é guerrilheiro. É óbvio que escolheremos representar a guerrilha.

Tá falado! Quer mais? Vá até o blog do Ataque Beliz (ataquebeliz-blog) e segue lá no instagram (@ataquebeliz).

E sobe o som!

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