Todas as dores de amor do mundo estão no peito de Amy Winehouse, são carregadas por ela e divididas com quem vai a seus shows. Amy sofre por todos nós, por nossas desilusões amorosas, nossas falhas e arrependimentos.

Amy não quis levar todos ao êxtase alcoólico, ela quis calma, conversar baixinho com cada um. Amy queria que cada pessoa ali sentisse um pouco do que é amar, do que é não conseguir controlar sua vida ou seus sentimentos, ela deixou que cada um sentisse o que é perder o rumo.

Ela é apenas uma menina como tantas outras no mundo, sofrendo por amores não correspondidos, relacionamentos problemáticos e escolhas mal feitas. Amy Winehouse é o espelho de uma geração que sente tudo com a intensidade de uma vida.

Pra quem esperava um show com grandes efeitos foi um fiasco. Amy não é fogos de artifício, Amy é poesia delicada, lida num sarau intimista com a voz baixa. O show que Amy Winehouse fez no Brasil foi arte, pura e sincera. Não é fácil entender porque alguém busca algo além disso.

(Texto originalmente publicado no Per Raps após o show de Amy em SP, em 16/01/2011)

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