O single “Boa Esperança”, que conta com a produção do curitibano Nave e participação de J. Ghetto, chegou na semana passada e traz, além uma letra nervosa e empolgante
de Emicida, uma construção repleta de referências sobre a história negra brasileira e temas de interesse atual.
Já o clipe, dirigido por Kátia Lund (”Cidade de Deus”) e João Wainer (”Junho”), estreou nesta terça-feira (30) e veio para chocar. A superprodução cai como uma luva para o momento atual do país e do rap feito no Brasil. Provocador, seguindo a fúria apresentada na letra, o curta-metragem tem roteiro, fotografia e elenco de primeira linha.
Em poucas palavras, até porque a ideia aqui é que você assista e tire suas conclusões, empregadas se revoltam contra as injustiças cometidas por seus patrões em uma mansão e começam um motim que se estende por todo o país.
Emicida aparece no papel do porteiro da casa, enquanto Domenica e Jorge Dias, filhos de Mano Brown, e a top Michelli Provensi, vivem empregados da mansão. Duas moradoras da ocupação Mauá, no centro de São Paulo, Divina Cunha e Raquel Guimarães Dutra, e Dona Jacira, mãe do músico, completam a linha de frente.
Para ilustrar, ou talvez para o leitor ir mais fundo aos temas narrados pelo rapper, indicamos cinco textos relacionados com trechos da música.
Vai nessa!
“O tempero do mar foi lágrima de preto”
Em “Além de tudo, dissimulados”, Caetano Manenti faz uma lista com nomes e dados mais profundos sobre os nomes de navios negreiros que escancaram o cinismo dos comerciantes de seres humanos no Oceano Atlântico. [LEIA AQUI]
“O trabalho liberta, ou não”
O slogan nazista é retratado neste texto da Unisinos sobre campos de concentração na Segunda Guerra Mundial [LEIA AQUI]
“Que até bin laden é made in usa”
Esse texto, de 2001, diz sobre as relações comerciais entre o ex-presidente norte-americano e o famoso terrorista [LEIA AQUI]
“meu sangue na mão dos radical cristão"
Ainda fresco na memória de todos o caso da menina de 11 anos iniciada no candomblé e apedrejada por evangélicos [LEIA AQUI]
“e vai ver que eu faço igual burkina faso / noiz quer ser dono do circo / cansamos da vida de palhaço”
Entenda um pouco mais da história de um dos países mais pobres do mundo que tenta por um ponto final em uma ditadura de 27 anos com um levante nas ruas [LEIA AQUI]
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