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– por Daniel Maizza (@danmaizza)

Vivemos na sociedade do consumo e, embora o país esteja em crise, a tendência é de que a galera continue se endividando em vez de apertar o cinto, mesmo com os recursos mais escassos.

Isso faz com que voltemos lá atrás, na década de 1980, quando tudo no Brasil era mais escasso. Basta ver aquelas inúmeras listas saudosistas do BuzzFeed e constatar que determinadas coisas que pareciam absurdas aconteceram de fato (vividas ao vivaço pela galera que já passou um pouco dos 30…).

Resumindo: a variedade que vemos hoje em dia de marcas, modelos, opções, formatos, simplesmente não existia. Era difícil ter acesso aos importados, só quem tinha mesmo muita grana ou aquele primo mais privilegiado, que “deixava” pros mais novos o que não servia mais. Tinha dessas. Roupa era feita pra usar.

Essa foi a vida de uma galera que acompanhou as mudanças e entrou no game do consumo como a molecada que nasceu nadando de braçada na disponibilidade e no acesso a coisas novas. 

A reflexão vem com base nesse texto do Sneaker Freaker e é que a ela gente abre esse espaço pra troca de ideias.

Bora?

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Consumir é bom. Usar é melhor ainda

É chover no molhado falar que nenhum sneakerhead se contenta com meia dúzia de pares. Aliás, como pra qualquer tipo de colecionador, a expressão “menos é mais” não vale nada. A galera quer mesmo é ostentar pares e caixas empilhadas, tênis que muitas vezes não encontram o gosto do asfalto por mais de 2 ou 3 vezes na existência. Ou quando sequer cumprem a função para qual foram designados: calçar os pés.

Vamos voltar lá pra trás, naquela mesma época em que o boot que você cobiçava na vitrine e implorava pra sua mãe dar no Natal, ou mesmo aquele que tinha que economizar três salários pra comprar, ia diretamente da loja pro pé. Não levava nem a caixa pra casa. Sem massagem, sem miséria.

Mas também tinha a corrente de pessoas que, pra “economizar” e ter o boot por mais tempo, usava pouco. A famosa cultura da “roupa de sair”.

Convenhamos, esse tempo já passou.

Então, qual é o propósito de manter guardado aquele tênis que você pagou R$ 3.500 num sale ultradisputado? Afinal, se você para pra pensar, no fim do dia é uma baita grana pra um produto que fica dentro de uma caixa, em uma estante, confinada ao desprezo e à depressão. O eterno passarinho na gaiola, piando pra ninguém.

Use antes que tudo isso acabe

E a intenção desse papo é chegar onde? Vale a pena acumular uma porrada de objetos de lifestyle e não usá-los? #REFLITA

Por mais tecnológicos que sejam, estão sujeitos à ação do tempo e fadados ao desgaste, ainda mais dentro de suas eternas (mas não tão eternas assim) caixas de papelão. #REFLITANOVAMENTE

Pra quem quiser estender o papo, fica aqui uma dica #oldbutgold da Complex pra você ir além da fila dos lançamentos de novas colorways do Yeezy Boost 350 V2. Bota seu melhor boot e vem!

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